O tema de hoje, é uma reclamação frequente que escuto das mamães: crianças na cama dos pais. Um hábito que sabemos não ser saudável porém os pais encontram muita dificuldade para reverter.
Eu sempre coloquei as crianças desde que chegaram da maternidade em seus quartinhos e os fiscalizava do meu quarto com a babá eletrônica de vídeo, então eles não tiveram nunca essa possibilidade de dormir no quarto dos pais e sempre entenderam que o quartinho deles é o lugar certo para dormir. Como não passei por isso, não estava gabaritada para passar dicas de como agir neste caso, então pedi para a nossa psicóloga parceira do Blog Carla Comin, escrever uma matéria a respeito. Não deixem de conferir as dicas valiosas da Carla:
"Educar os filhos é se deparar
com novos desafios a cada dia. Passamos pela fase da mamadeira, retirada das
fraldas, fase dos medos e pelos choros na hora de ir para a escola. Mas a
matéria de hoje é sobre um outro probleminha que ‘acontece nas melhores famílias’:
FILHOS NA CAMA DOS PAIS.
A permanência da criança
neste lugar aconchegante, quentinho e aparentemente seguro, traz consequências
negativas não somente para o desenvolvimento psicossexual infantil, mas também
para a relação do casal, e exige paciência, dedicação além de noites mal dormidas
para ser solucionada.
O ideal é que cada criança
tenha o seu quarto e nele durma desde os primeiros meses de vida (por volta dos
5 meses de idade), mesmo que para isso sejam necessárias visitas noturnas destinadas
à amamentação e troca de fraldas, momentos em que os pais poderão se revezar de
forma que ninguém fique esgotado no dia seguinte.
Quando esta transição
encontra obstáculos e é postergada, a criança acostuma-se a permanecer na cama
dos pais e se torna cada dia mais difícil resolver tal situação. Nestas
condições, algumas dicas podem tornar a tarefa mais acessível:
1. É
importante estabelecer uma rotina para a hora do sono, com os devidos
preparativos (escovar o dente, colocar pijama, etc.) e horário a ser respeitado;
2. A
casa deve desacelerar para que a criança não fique agitada ou estimulada a
participar de outras atividades;
3. Uma
conversa franca sobre os papéis de pais e filhos e os devidos lugares de cada
um será bem vinda e não deve jamais ser acompanhada de episódios em que a
criança pule para a cama do papai e da mamãe porque um deles viajou ou chegará
tarde do plantão;
4. Ouça
os motivos e medos do seu filho, elencando junto a ele as intercorrências que
lhe assustam, depois estabeleça uma forma de comunicação eficiente (e isso
inclui desde a babá eletrônica até mecanismos mais improvisados como bater na
parede ou chamar pelo nome) para deixá-lo seguro de que, se algo acontecer,
poderá chamar e será atendido;
5. Para
amenizar o sentimento de abandono que surge com a separação, poderá ser
necessário que, nos primeiros dias, o pai ou a mãe fique no quarto com a
criança até ela dormir. Este comportamento pode ser substituído por um simples
boa noite a medida que a criança for suportando a nova condição;
6. A última
e mais valiosa dica é que, em hipótese alguma, deve-se abrir exceção e deixar
que o filho retorne para a cama do casal. Caso isso aconteça, mesmo que por
motivo de doença, ele entenderá que é possível reverter a situação."
Espero ter respondido às
dúvidas de todas vocês e auxiliado na condução deste probleminha que tumultua
as noites de sono de muitas leitoras.
Carla Comin
Psicóloga Clínica
CRP 14 05428-2
Tel: 3027-1210