segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pais separados: como agir com os filhos?

Bom Dia Queridas!

Atendendo as solicitações de algumas leitoras, pedi para nossa psicóloga do blog Carla Comin, abordar um tema, que apesar de bem difícil, infelizmente é bem corriqueiro no mundo atual: A separação dos casais. Tenho algumas amigas que passaram por isso, e para quem tem filhos, a grande preocupação é fazer com que isso seja o menos traumático possível para as crianças. Por isso, hoje a Carla vai abordar esse tema e tentar dar uma luz, aos pais que sentem-se perdidos com essa nova situação e precisam de orientações sobre como proceder com os filhos. A matéria está bem bacana, não deixem de conferir.



Muitas vezes o tão sonhado “Felizes para Sempre” precisa ser abandonado em prol da felicidade e leveza de viver, que talvez já não sejam mais sentidas na vida a dois.
A concepção de casamento que durou muitos anos e foi ensinada a muitas de nós, pregava que os casais deveriam ficar juntos apesar de o final da relação já estar declarado para ambos, principalmente com o intuito de privar os filhos do sofrimento.
Hoje, após algumas mudanças significativas no contexto familiar e na conceituação de qualidade de vida, sabe-se que é preferível pais separados que conseguem conviver em harmonia à pais que vivem juntos mas expõem diariamente os filhos à brigas, discussões e um clima de tensão no ar.
Porém, apesar de muitas vezes ser necessária, esta é uma situação extremamente difícil de ser compreendida e elaborada por uma criança. As dúvidas e inseguranças povoam a cabecinha dos pequenos e acarretam em comportamentos que deixam os pais de cabelos em pé (dificuldades no aprendizado, agressividade, bem como regressão em determinados aspectos do desenvolvimento, quando a criança torna a fazer xixi na cama, falar de forma infantilizada, etc.).
A explicação para esta mudança comportamental se deve ao fato de as crianças até certa idade acreditarem que o limite entre suas fantasias e a realidade é extremamente pequeno ou inexistente, ou seja, que aquilo que ela imagina e deseja, acontece. Dessa forma, a ansiedade domina e surge o sentimento de culpa, por ter sonhado em ser o único a receber a atenção do papai, ou desejar que ele saia de casa e assim acabem as brigas, por exemplo.
A melhor forma de auxiliar os filhos a superarem este momento tão delicado é estabelecer um diálogo claro e coeso, explicando que os pais deixaram de ser um casal, mas jamais deixarão de ser seus pais e de os amarem incondicionalmente. É importante que a criança saiba como será sua vida a partir de então, quando, como e onde verá aquele progenitor que saiu de casa, onde irá dormir, quem o levará e buscará na escola e, acima de tudo, onde é a sua casa, local de referência para a criança.
Para tanto, é necessário que pai e mãe possam ao menos se entender e “falar a mesma língua”, de forma a evitar mais confusão de ideias e sentimentos, além daqueles inevitáveis e naturalmente despertados em situações como esta.
Em alguns casos, apesar do empenho familiar, um apoio especializado se faz necessário, para que a criança possa compreender os sentimentos e fantasias despertados por tal situação, para então lidar com ela de forma mais saudável possível.
Espero ter ajudado a esclarecer as dúvidas e tranquilizar todos que passam por um momento como este. Caso surjam outros questionamentos, meu e-mail é carlacomin@hotmail.com. 


Carla Comin
Psicóloga clínica
CRP 14/05428-2

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