quarta-feira, 11 de maio de 2016

Meu filho NÃOOO come!

Bom dia Amores!

O tema do post de hoje foi sugerido por uma leitora mas tenho certeza que muitas mães se identificam com ele e também sofrem na hora dos refeições dos filhos, que fazem cara feia para comida ou possuem resistência em experimentar novos alimentos.
Para ajudar essas mães convidei a nutricionista e amiga pessoal Daniele Leite, que escreveu um texto super completo e repleto de dicas incríveis e práticas para acabar com o strress na hora das refeições.

Confiram:


Meu filho NÃOOO come!





Se não comer tudo, não vai brincar! Olha que delícia ... por favor, come só um pedacinho! Se você comer mais uma colherada, te dou um docinho! Por aí vão os argumentos para que nossos pequenos comam a todo custo... e mesmo assim... Nada! Entramos em desespero e depois rola uma briguinha, uma chantagem e ás vezes até umas palmadas. Calma mamães, tudo não passa de uma fase na vida dos nossos filhos.
Nós mães e cuidadores ficamos enlouquecidos e fazemos de tudo para as crianças comerem. Nos dias de hoje a obesidade infantil está em alta, mas, realmente o que mais preocupa é a criança que não come!
Algumas crianças são seletivas pra comer, não querem experimentar novos alimentos e a cada refeição, o choro e gritos são cada vez maiores entre as famílias. Obrigar o filho a comer e insistir não é correto. Compreendo perfeitamente o desespero dessas mães, afinal uma boa alimentação resulta numa criança saudável. Mas, não é por pular uma refeição ou outra que os filhos ficarão desnutridos ou terão o desenvolvimento comprometido. A falta de apetite pode ocorrer por diversos motivos, principalmente de duas formas: a orgânica e a comportamental.
A falta de apetite orgânica ocasionam apatia, palidez, fraqueza, sonolência, pele seca, cabelos finos e quebradiços, rachaduras nos cantos da boca e sangramento nas gengivas e ocorre porque a criança tem alguma doença infecciosa ou está com carência de nutrientes, como vitaminas e minerais. Se a criança vive deitada e fraca pra brincar a solução é levá-la ao pediatra e a um nutricionista para que, com o acompanhamento profissional conjunto, o problema seja solucionado. A falta de vontade de comer não é “frescura”, é real essa ausência de vontade.
A criança deixa de comer simplesmente porque quer chamar a atenção dos pais, porque quer estar mais tempo com eles, porque sabe que naquele momento eles estarão ali, mesmo que por pequenos minutos. Então, a criança tenta prolongar através de manhas e birras, para tê- los mais tempo por perto, e, muitas vezes acabam ganhando! Ganham também algum alimento de fácil aceitação, como uma bolacha recheada, mesmo estando no horário de uma refeição principal, como o almoço ou o jantar. Ao perceber que essa tática dá certo, a criança repete a atitude constantemente. Essa é a falta de apetite comportamental.
Vários são os motivos do desinteresse pelos alimentos: o início da dentição, a criança agitada que dispersa facilmente, a anorexia fisiológica, televisão, tablets, conversas e músicas altas, resultam no desinteresse pelos alimentos. O ditado que diz: a hora da refeição é uma hora sagrada... é verdade! Mantenha o ambiente calmo, sente-se à mesa e até coloque música calma para melhorar o apetite.
Na fase de 2 a 5 anos as crianças são muito ativas e precisam de calorias a mais do que uma com sete anos, porém elas não param para comer, o que
torna normal a redução do apetite. Há mães que, de tão preocupadas, oferecem suplementos nutricionais sem orientação. Podendo estar contribuindo para a formação de um adulto obeso.
A recusa do alimento e a seletividade alimentar costuma aparecer por volta dos 2 anos de idade, a criança tem preguiça de mastigar, não quer experimentar novos alimentos, apenas gosta de comer alimentos hipercalóricos (vulgo baboseiras) e produtos à base de leite. Até 1 aninho comem “super bem”, experimentam de tudo, e, logo tudo se transforma. O cuidador da criança deve sempre comer junto e mostrar seu prato pra criança com alimentos nutritivos, e, mesmo se a criança rejeitar, é necessário apresentar de 8 a 10 vezes o mesmo alimento para ela, em vários dias alternados.
Vocês não devem desistir nas primeiras tentativas, e reapresentar aquele alimento muitas outras vezes. Não disfarçar os ingredientes de recusa, pois a criança deve saber o que está comendo, aprendendo a identificar texturas e sabores. Muitas vezes, a simples troca de tempero pode ser um estímulo a comer. A criança pode, ainda, ser chamada para participar da elaboração do cardápio familiar, seleção e preparo de alimentos, com a família e a nutricionista.
Essas recomendações nutricionais abaixo irão te ajudar a conduzir melhor a alimentação, manter-se mais calma e sanar algumas das suas dúvidas:

• Nunca ofereça muita comida à criança - ela tem o estômago pequeno, utilize pratos pequenos e quantidades pequenas. Quando uma criança olha grande quantidade de comida em seu prato já desiste de comer. Deixe ela servir o pratinho dela, mesmo que derrame;

• Varie os alimentos. A mesma comida, todos os dias, não desperta o interesse. Incremente o prato com algum alimento de cor diferente mesmo que ela não coma, deixe o prato colorido, alegando que ela possa comer apenas o que gosta. Mas, que você gostaria que ela experimentasse todos. Caso ela peça pra tirar o alimento não desejado, coloque em um pires pequeno ao lado do prato dela, mas tire da frente dela;

• Não ofereça mamadeira e nem outro tipo de alimento, como bolachas e pães, se ela não almoçou ou jantou e reapresente o prato daqui meia hora, mesmo que ela não coma. Ela precisa entender que aquele horário é de comida. Após a segunda tentativa, se houver rejeição, aí sim pode desprezar no lixo a comida, e, oferecer outros alimentos nutritivos;

• Mantenha verduras e legumes em todas as refeições. Mesmo que a criança não aceite, não a obrigue a comer, assim ela ficará com raiva do ingrediente. Deixe lá ao lado dela, a constante presença desses alimentos, despertará a curiosidade da criança. É muito importante é que veja constantemente esses alimentos que não gosta;

• Respeite os gostos de seu filho, pode ser que ele realmente não goste de determinada comida e, mesmo que comia anteriormente, porque nos primeiros anos de vida, a criança já tem preferências e aversões alimentares
gradativamente. Às vezes, por não gostar de um ou de outro ingrediente, ela rejeita toda a refeição, separe o que ele não gosta, mas, não tire da frente dele;

• A partir de 6 meses inicia-se a introdução alimentar (que falaremos em outro post futuramente) e, a partir de 9 meses, o bebê já deve consumir toda a alimentação da família, com os mesmos temperos naturais usados em casa e pouco sal;

• Deixe o bebê e crianças maiores comerem com as mãos, elas se divertem manipulando os alimentos, adoram, e, comem melhor. Forre toalhas de plástico embaixo do cadeirão de papinha ou simule o picnic no chão. Saia da rotina com seu filho, almocem embaixo da mesa, jantem embaixo da escada, lanchem no jardim e na garagem e leve os alimentos crus (arroz, feijão, macarrão) para simulação de cozinhar de mentira. Pegue utensílios da sua cozinha mesmo e deixe a imaginação fluir;

• Faça uma horta, mesmo em vasos, mexa na terra, lambuze as mãos com as crianças, isso é maravilhoso para elas, elas podem sim, cuidar com você, e assim gradativamente despertar a vontade em experimentar novos alimentos;

• Não dê água, sucos e refrigerantes durante a refeição, porque a capacidade gástrica da criança ainda é limitada. Se ela tomar um desses líquidos pode não ter espaço para a comida, ofereça líquidos 30 minutos após as refeições;

 Evite que a criança fique "beliscando" entre uma refeição e outra. Não ofereça comida fora de hora. A criança que passa o dia inteiro comendo dispensa as refeições principais pelo simples fato de não estar com fome, ofereça alimentos nutritivos de 3/3 horas;


 Recorte vários tipos de alimentos nas revistas, cole em um papel e dê à criança para que leve na feira ou mercado, façam os te ajudar nas compras, mesmo que escolhendo errado, estimule!



• Nos intervalos das principais refeições ofereça fruta cortadinhas em palitos de dente, faça churrasquinho de frutas coloridas e coloque nas lancheiras da escola também. (Outro post sobre lancheiras em breve kkk)


 Determine os horários das mamadeiras com eles, se a criança mama demais, cole um papel na parede e faça eles desenharem a mamadeira com você toda vez que tomarem uma, ao fim do dia haverá muitas mamadas e visualizando o errado fica mais fácil de diminuir.


 Procure na internet receitas para crianças e coloque elas pra cozinhar com vocês, com certeza ficarão com vontade de experimentar.


 Quando buscar as crianças na escola, leve uma fruta e castanhas para eles comerem, normalmente saem com fome e aceitam experimentar (mesmo que apenas uma vez) o alimento que que não estão acostumados a comer.

• Nunca prometa uma recompensa, como por exemplo, "coma o arroz que eu lhe dou um sorvete". Assim você fará com que seu filho tenha desprezo pela comida. Não se apavore ele vai se alimentar na próxima refeição, não crie expectativas em cima dele, as vezes a quantidade que ele come não é a que você queria, mas ele está comendo, mesmo que seja pouco;

• Não adianta pedir para seu filho comer cenoura se você está comendo um sanduíche ou pizza, ele naturalmente irá querer comer o seu lanche, poisna cabeça da criança, se você despreza a cenoura, é porque o outro alimento deve ser mais gostoso;

• Não ofereça doces. Evite comprar, não tenha em casa, doe as lembrancinhas de aniversário, afinal, seus filhos comerão o que você comprar, porque criança não tem cartão de crédito. O doce está relacionado ao prazer e carinho em nossa cultura, e não devemos usá-lo como trocas na hora da refeição, evite doces porque o açúcar é maléfico e um grande vilão, ele causa dependência e obesidade infantil. Em breve faremos outro post sobre o açúcar e como evitar).

Por fim, seja firme com a criança, sem ser rígida e sem brigas, afinal o momento de se alimentar deve ser prazeroso e não angustiante. Fiquem tranquilas, essa fase vai passar, é uma fase transitória, e, fiquem atentas para não demonstrarem suas angústias, frustrações quando eles comem pouco. Aos longos dos anos, a criança aprende que poderá obter o que deseja, se não consumir o que lhe for oferecido durante a refeição. Deixar a criança sem comer, e pensar, que, quando a fome apertar, a criança vai comer, não é um caminho aconselhado.
Deixe a irritabilidade e expectativa de lado, redobre a paciência e use a criatividade em suas refeições, lembre-se que a hora da refeição é uma hora sagrada e de união da família.




Nutricionista Daniele Leite.
Especialista em gerência de unidade de alimentação e nutrição, pós graduanda em nutrição materno infantil. Atendimento em domicílio. Consultora e treinamento para babás e secretárias do lar

7 comentários:

  1. Muito esclarecedor me fez repensar as refeições com meus filhos! Arrasou Dani !!

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  2. Muito esclarecedor me fez repensar as refeições com meus filhos! Arrasou Dani !!

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  3. Gracias por compartir esta información útil! Esperamos que pueda continuar con el tipo de cosas que haces.
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  4. Usted toca un nervio existe de hecho también creo que es una falta de confianza en mí.

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  5. Gran artículo como de costumbre. Muchas gracias por todo lo que nosotros compartimos.

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  6. Very nice blog, thank you for the details on the shots, it will make me progress.

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  7. Cada novo artigo ainda muitas coisas interessantes para descobrir e normalmente praticam.

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Vou adorar saber sua opinião sobre esse assunto!

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