terça-feira, 11 de novembro de 2014

Como responder às perguntas complicadas das crianças!

Olá pessoal!

A Leticia está com 5 anos e entrou na fase dos porquês. Eu já sabia que chegaria, que é natural a curiosidade conforme eles começam a ter uma percepção maior do mundo que os cerca, só não imaginava que as perguntas viriam com grau de dificuldade modo hard. Semana passada por exemplo ela quis saber como foi que o papai colocou na mamãe a sementinha que fez ela nascer, e hoje perguntou porque as pessoas morenas possuem a parte debaixo do pé branco? Na primeira pergunta enrolei e pedi ajuda aos amigos do facebook para responder rsrs, na segunda optei pela resposta direta e simples: Porque algumas partes do corpo como a sola do pé, são iguais para todas as pessoas.
Bom mas o que quero compartilhar com vocês é uma matéria super bacana da Revista Crescer que encontrei com dicas para responder algumas dessas perguntas complicadas que as crianças fazem.
Vale a leitura!

A infância é um período fascinante de descobertas contínuas. É uma época em que qualquer informação é recebida como novidade, desde as mais simples, como a chuva que cai do céu, até as mais complexas, que envolvem assuntos como amor, sexo e morte. E não é à toa que é chamada de “fase dos porquês”. Conforme as crianças crescem, as dúvidas aparecem – e os pais frequentemente são pegos de surpresa por questionamentos curiosos que podem deixá-los perdidos num primeiro momento. Pensando nisso, selecionamos aqui algumas perguntas delicadas e consultamos especialistas para ajudar você a se sair bem de cada uma delas.

Como os bebês nascem?
O sexo está, para a maioria das pessoas, no topo da lista de assuntos constrangedores para abordar dentro de casa. Mas não deveria ser assim. Se o tema for tratado como tabu desde cedo, a criança pode crescer com problemas em relação a ele e não se sentir confortável para conversar com os pais na adolescência, quando começar a ter contato com relacionamentos. Conte, então, como funciona a gravidez de maneira simplificada. Se tiver muita dificuldade, vale um “não sei como te explicar, mas sua tia sabe” ou “vou comprar um livro para ajudar a gente”.


Mulheres não têm pipi?
Aqui a dica é a mesma da pergunta anterior. Não há motivos para desconversar nem para tratar a questão de maneira dramática. Explique as diferenças entre homem e mulher sem causar constrangimentos, assim seu filho terá mais facilidade para entender, posteriormente, outros assuntos relacionados aos gêneros e à sexualidade.


crianca_pergunta (Foto: Arquivo Crescer)
 
O que é ser gay?
Regra geral: se você demonstrar qualquer tipo de preconceito na frente da criança, ela vai herdar esses valores e se tornar uma pessoa com dificuldade em conviver com outras. Conte que, apesar de diferentes, todos são iguais, e que o amor é importante e deve ser respeitado em todas as suas formas. Fale também que existem diversos tipos de família e não há problema algum nisso. O tema da homossexualidade, inclusive, é abordado cada vez mais naturalmente dentro das escolas brasileiras, e as crianças costumam ter facilidade em entendê-lo.


Por que as pessoas morrem?
Por mais complicada que seja a questão, existe uma resposta básica: a morte faz parte da vida. Afinal, se ninguém morresse, o planeta não aguentaria! Mas a pergunta é delicada, em especial, porque costuma aparecer quando a criança entra em contato com a morte de algum parente ou animal de estimação. Nessas ocasiões, mostre compaixão por sua tristeza, mas ensine-a a não ficar pensando muito naquilo. A certeza da morte é, no fim das contas, mais um motivo para valorizarmos os nossos dias.


Quem é Deus?
Cada um tem uma crença diferente, o que torna esse questionamento um pouco mais pessoal que os outros. De modo geral, passe para seu filho uma versão mais simples daquilo que você acredita que pode ser melhor para ele. Parênteses: explique a sua visão de Deus, mas deixe claro também que cada um pode lidar com o tema de uma maneira. Ele deve entender, mais uma vez, que as pessoas são diferentes e devem ser respeitadas por isso.


crianca_pergunta (Foto: Arquivo Crescer)
 
Por que o papai (ou a mamãe) não mora com a gente?
Em caso de separação dos pais, a sinceridade é a dica principal. A criança vê o que está acontecendo no dia a dia, pois é uma situação em que geralmente acontecem conflitos, então não adianta inventar nenhuma história. Explique que vocês se separaram porque não conseguem mais manter um relacionamento, mas deixe claro que os dois sempre vão amá-la da mesma maneira. Outra coisa importante de ressaltar é que a separação não aconteceu por culpa dela, a reação mais comum da criança.


Por que você está chorando?
Os filhos veem os pais como uma espécie de fortaleza inabalável. Passar segurança e maturidade é, sim, importante nessa relação, mas as crianças têm que entender que os adultos também são humanos sensíveis. Se o seu filho flagrar você chorando, não disfarce. Não precisa explicar o problema (que pode ser algo com o que ele ainda não consegue lidar) nem transferir suas angústias, mas conte que você também fica triste de vez em quando. Assim ele vai entender até mesmo que o carinho dele pode ajudá-lo.


Por que existem pessoas más no mundo?
Seja pelos meios de comunicação, seja pelo contato com os outros, a criança percebe, com o passar do tempo, que algumas pessoas não são tão legais como as que ela convive. O que você pode fazer é dizer que todos cometem erros, mas que toda atitude tem uma consequência. Explique que a pessoa que praticou aquele crime mostrado no telejornal, por exemplo, será presa e terá que pagar pelo que fez. Isso é importante para quebrar a sua visão maniqueísta do mundo e mostrar que a vida é feita de escolhas.


Dicas gerais
 
1. Nunca fuja de nenhuma pergunta nem repreenda seu filho por tê-la feito. Lembre-se de que crianças saudáveis são crianças curiosas! Os questionamentos farão com que ele aprenda e se desenvolva cada vez mais.
2. Entenda por que seu filho está com aquela dúvida. Pergunte onde e quem falou sobre aquilo com ele. Assim você vai saber melhor o que ele está pensando e qual tipo de resposta ele quer.
3. Responda sempre da forma mais singela possível, respeitando a idade da criança. Se ela perguntar de onde vem a chuva, por exemplo, pode ser que fique satisfeita apenas com “do céu”. Você não precisa explicar, naquele momento, todo o processo de condensação da água se não for necessário.
Fontes: Cecília Zylberstain, psicóloga, psicodramatista e psicoterapeuta; Maria Helena Vilela, terapeuta e diretora do Instituto Kaplan; Vera Nunes, psicóloga e ludoterapeuta; Fabrício Carpinejar, escritor e poeta; Marcelo Bueno, educador

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