quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Eu, mãe...

É engraçado como a maternidade nos transforma. Você passa a olhar os rótulos dos produtos que seu filho vai consumir para ver se estão livre de gordura trans, troca o salto alto pela sapatilha, desmarca o horário do pé e mão porque conseguiu um encaixe no pediatra, deixa de comprar aquele vestido incrível porque ele é o mesmo preço do kit de personagens do filme Frozen que sua filha ama e considera uma boa troca. A maternidade nos faz ver o mundo com olhos mais generosos, faz a alma se sensibilizar e o coração se apertar com a dor de outras mães, faz em muitos casos o casamento ficar em segundo plano e a vida profissional em standy by. Um filho é uma guinada de 360 graus no seu mundo, no seu universo, naquilo que você considerava importante e descobre que nada mais tem a mesma importância que aquele ser que você gerou e acalentou nos braços. Tem o lado louco também. Você perde a liberdade até dos pensamentos, ganha uma responsabilidade que até sufoca, é assolada por dúvidas e medos que não tinha, se interroga se está no caminho certo no que diz respeito a educação, sente-se frustrada, decepcionada e cansada em diversos momentos, e porque não dizer, até com uma ponta de saudade de quando tinha o controle total sobre a própria vida. E ainda assim, não se imagina nunca mais sem o cheiro morno que exala da pele de um filho, sem aos beijos melados, sem os sons que enchem de vida qualquer casa onde mora uma criança, sem esse amor que não conhece medidas ou condições e que chega sem pedir licença arrebata a gente para sempre.


Disqus for maenual




eXTReMe Tracker