Pai é uma coisa engraçada, pois diferente da mulher que já nasce com
um instinto materno enraizado em alguma profundeza do seu ser, com os
homens a paternidade parece acontecer de maneira mais lenta, apenas no
momento em que o filho chega, e aí sim eles começam a viver e pensar
profundamente no assunto. Pai tem de todo tipo. Os presentes e os
ausentes. Os que amam participar e os que participam cumprindo mera
obrigação. Os tranqüilos, os ansiosos, os rígidos e os brincalhões. Os
que demonstram afeto com gestos e os que demonstram com preocupação. Os
jovens, os de idade avançada, os que acham esse mundo novo o maior
barato e os que não se sentem preparados para tamanha responsabilidade.
Tem pai que é herói para o filho e outros que escolhem ser vilões. Pai
que briga, pai que brinca, pai que protege, pai que não sai do lado, e
pai que tira as rodinhas da bicicleta. Pai que é amigo, pai que é
carrasco. Pai que vibra com as conquistas do filho e pai que se cala.
Pai que ajuda, pai que ignora, pai de sangue e pai do coração. Mas a
grande verdade, é que seja lá como for, pai é essencial, e quem, por
algum infortúnio da vida, não teve ou não tem a presença de um ao seu
lado, inevitavelmente carregará uma lacuna de afeto que nenhum outro
amor poderá preencher.
Cinthia Moralles