Então chegou a primeira filha, e o charmoso quarto de visitas se transformou num sonhado quarto de bebê. Aos poucos objetos nada discretos como cadeirão de alimentação, poltrona de amamentação, carrinho de passeio, começaram a anunciar que ganhamos um bebê. Os brinquedos também começaram a tomar o lugar dos objetos decorativos, que passaram a ser escondidos a medida que se tornaram perigosos para minha bebê.
Com a chegada do segundo filho, a casa que era confortável para 3 pessoas, tornou-se apertada. No meu caso que praticamente emendei um filho no outro, tudo era e dobro, dois berços, dois carrinhos, e milhares de brinquedos espalhados por todos os cantos.
Conforme eles foram crescendo o caos se instalou por completo.
Confesso que muitas vezes me sentia incomodada com a bagunça da casa e perdida dentro dela. Tentava arrumar, mas minutos depois tudo já estava tudo do mesmo jeito.
Um dia desabafando com marido, ouvi dele: Relaxa, não é hora de pensar em ter uma casa arrumada, eles só serão crianças uma vez, e tenho certeza que quando crescerem você sentirá saudade dessa bagunça toda.
Era tudo o que eu precisava ouvir. Ele estava coberto de razão. Um dia eles crescerão e eu poderei ter novamente uma casa arrumada. Mas por enquanto, quero apenas que eles sejam felizes no lar que construimos.
Parei de me incomodar com as paredes riscadas, com a massinha grudada no tapete, com os brinquedos espalhados. É uma casa bagunçada sim, porém cheia de vida, alegria e muito amor!
Cinthia Moralles
