terça-feira, 27 de março de 2012

Entrevista: Como ajudar seu flho nos Estudos!!!


Olá Pessoal!!!
Não lembro se já disse isso aqui, mas eu gosto muito quando vocês me escrevem sugerindo temas para o blog ou dividindo suas dúvidas. Acho essa interação muito legal e saudável, além de ser bastante inspiradora para mim, pois diversas vezes, os posts dos blogs foram inspirados nas sugestões e dúvidas do cotidiano das minhas mamães leitoras. Inclusive o post de hoje é um exemplo disso. Recebi a seguinte mensagem em nosso perfil do blog no Facebook: 
 Cin Rebeca vai começar a ater prova no colégio, "primeira semana de prova", ela entrou agora nesse ritmo, nem sei por onde começar, como faço ela estudar? Qual o melhor horário? como fazer ela se concentrar? To perdida! HELP!!!!!! (Vanessa Quinhones)
Como se trata de um tema bem interessante, e que acredito, será de utilidade não só para Vanessa como para outras mães que passam por esse momento, decidi entrevistar a pedagoga Mayara Reis, que  gentilmente aceitou conceder essa entrevista com tantas dicas preciosas, para nós mamães. Confiram:

1. Olá May, muito obrigada por aceitar ser a entrevistada do blog hoje. Gostaria de iniciar perguntando de qual forma, as mães onde os filhos vão viver a experiência das "provas escolares" pela primeira vez, poderiam orientá-los sobre essa nova etapa da vida escolar onde ele adquire novas responsabilidades?

Mayara Reis:  Primeiramente, a criança deve saber de suas responsabilidades desde cedo, e cabe aos pais juntamente com os professores, estimulá-lo para que ele saiba suas obrigações, incluindo aí seu compromisso com os estudos. Aos pais, cabe organizar a rotina da criança, estabelecendo uma hora certa para fazer as lições e estudar. O segredo é fazer com que a criança goste daquele momento, frases do tipo "Chegou o momento de fazer a lição! Eba!" Ou "Vamos estudar porque quando a professora perguntar você saberá responder!" sempre gera bons resultados, principalmente a última, já que os alunos, principalmente os menores, amam agradar seus professores. Nada de frases desanimadoras, ameaças, e trocas, pois isto tudo torna o momento uma simples perda de tempo para a criança, e faz com que ela não reconheça a sua real importância.
 
2. Muitas crianças desenvolvem um certo pânico em torno desse assunto "provas" porque você acha que isso acontece e o que fazer para amenizar?

 
Mayara Reis: O Pânico que as crianças sentem em relação às provas, deve-se, principalmente, ao fato de uma grande pressão feita pelos pais e professores. Pais costumam fazer ameaças se a criança tirar nota baixa, e muitos, no período de prova, costumam brigar, dizer que se a criança não estudar "vai tirar zero" e outras frases desestimuladoras. Quanto aos professores, nfelizmente muitos deles,  fazem uma imagem negativa do processo, daí, as crianças ficam simplesmente em pânico quando ouvem falar em prova. Para amenizar isto, os pais devem mostrar que estão apoiando a criança, além de acompanhar e motivar seus filhos, mostrando que o aprendizado tem um sentido e significado para além da prova.

3. O que deve ser levado em consideração para escolher o melhor período (matutino ou vespertino) para a criança estudar?  

Mayara Reis:  O Periodo da manhã, geralmente é quando a criança sente-se mais disposta, devido ao fato de estar descansada, mas considero que tanto o período matutino quanto o vespertino tem seus pontos positivos e os negativos, e deve-se levar em consideração principalmente a escolha da criança pelo melhor horário de ir à escola. Já para o estudo feito em casa, sempre utilizar o horário contrário ao da escola, ou seja, se a criança vai a escola pela manhã, a tarde faz o estudo em casa, e vice versa. Não costumo indicar aos pais que o estudo em casa seja feito a noite, devido o nível de cansaço da criança estar elevado, e assim, ela produzirá menos. Exceto no início da noite, antes das 19:00hs. No entanto, em casos em que os pais trabalham e somente estão em casa do período da noite, o estudo pode ser feito neste horário, para que haja o incentivo por parte dos pais, que é fundamental para o desempenho da criança.

4. Como deve ser a rotina de estudo para as provas em casa?

Mayara Reis:  A rotina de estudos para a prova deve ser um pouco mais intensa do que a habitual, mas nada drástico para não cair no erro de fazer a criança ter uma imagem ruim da prova. O ideal é aumentar de 10 a 20 minutos o momento de estudo e acrescentar algumas atividades do conteúdo trabalhado, utilizando-as, como forma de verificar o grau de preparação da criança e fazer com que ela fique mais tranqüila na hora da avaliação. E principalmente o apoio dos pais deve ser muito maior, para que a criança sinta-se mais segura.
 
5. E em relação a quantidade de horas para o estudo em casa? pedagogicamente falando há um tempo considerado ideal?

 
Mayara Reis: Não há um tempo padrão, mas, o tempo de estudo não deve ser muito curto, também não pode ser muito longo, pois se colocarmos uma criança para estudar mais de uma hora todos os dias ela vai sentir-se muito cansada mentalmente e acabará não gostando de fazer isso. Meia hora ao dia é o suficiente, ajustando somente com alguns minutos a mais nos períodos de avaliação.

6. Quais as orientações para a forma de estudo naquelas matérias que a criança encontra mais dificuldade?

Mayara Reis: Um erro muito comum que encontramos nas crianças, é que elas costumam evitar as matérias que sentem maior dificuldade, e assim, acabam ficando com mais dificuldade ainda. Então, o primeiro passo é fazer com que a criança entenda que, justamente por sentir dificuldade, ela deve dar uma atenção maior para aquela matéria.

7. E em relação as notas, após o período de provas, como os pais devem reagir nos dois casos: se forem satisfatórias ou insatisfatórias?

Mayra Reis:  Em primeiro lugar os pais devem ter em mente que a nota da prova é relativa, costumo dizer que ela pode dizer tudo, mas também pode dizer nada. E isso cabe ao professor verificar. Muitas das vezes uma criança tem um desempenho excelente em sala de aula, questiona, assimila, participa, e na hora da prova acaba ficando nervosa e não tem um bom desempenho, então neste momento, cabe ao educador perceber qual foi o desenvolvimento daquela criança no decorrer das aulas, e explicar aos pais que a nota da prova pode não ter sido satisfatória para eles, mas que aquela criança teve um bom desenvolvimento, e algo na hora da prova a deixou fora de foco, o que ocasionou a nota insatisfatória.
Nada de prêmios por notas "altas" e castigos por notas "baixas", isso faz com que a criança tenha uma concepção que a escola é o lugar em que ela vai para estudar e tirar nota "alta" para ganhar um prêmio, e que se não tirar ficará de castigo. Isso acontece muito, e é um erro gravíssimo. Então, a criança alcançou uma nota boa, ótimo, mas os pais devem conversar com o professor para saber se aquela nota realmente condiz com o desenvolvimento do seu filho, e quais as observações que ele fez no decorrer daquele bimestre. E ao contrário, se a nota for insatisfatória para os pais, a mesma coisa deve ser feita, porém deve haver também uma conversa franca com a criança, mostrando à ela que deve ter maior responsabilidade com os estudos e que não há porque temer a prova. A rotina de estudos também deve ser revista, deve-se dedicar mais tempo, por exemplo, a determinadas disciplinas.

8. Mais alguma dica que você gostaria de acrescentar? Muito obrigada por nos conceder essa entrevista que será esclarecedora para muitas mamães.

Mayara Reis: A dica mais preciosa em relação a avaliação está na ajuda, os pais devem-se mostrar prestativos e interessados em ajudar a criança.  É muito importante também analisar, junto com a criança, a prova corrigida. Sem pressão e com calma, repasse questão por questão, valorizando os acertos e convide seu filho a tentar enxergar qual erro cometeu e por quê. Não é o momento de criticar se uma falta de atenção causou o erro, por exemplo. Adote uma postura positiva para que seu filho realmente aprenda com os erros cometidos. E se nas avaliações posteriores continuar havendo desempenho abaixo do esperado, os pais devem verificar se não está ocorrendo um problema extra-classe, ou seja, se não há algum problema afligindo a criança, seja ele familiar, com amigos, ou outros. E se isso estiver ocorrendo, deve-se procurar ajuda de um psicólogo.

Eu que agradeço a confiança e espero ter ajudado as mamães com essas dicas.




Mayara Reis é formada em Pedagogia, pela Universidade do Estado do Pará- UEPa.
Coordenadora Pedagógica e Professora do Jardim II no Centro Educacional 05 de Março.     

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